segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Gripe da Ave



Danielle Nierenberg pesquisadora do Instituto WorldWatch em recente artigo para o jornal inglês The Guardian disse que a chegada da gripe asiática à Europa está espalhando muita ansiedade entre fazendeiros, granjeiros, legisladores, autoridades da saúde e até para o mercado. Todos temem que o virus mute para uma varieadede que possa atacar humanos. Se isso acontecer, disse ela, estariamos falando de uma pandemia mundial que, segundo o Banco Mundial, custaria US$ 800 bilhões por ano.

Mas o que quero destacar é: a gripe das aves é uma gripe velha. É uma velha conhecida. Por que a gripe estaria crescendo e escapando do controle justo agora que a humanidade tem mais recursos e está melhor equipada para lidar com o problema? A resposta de Danielle Nierenberg é irônica. A tecnologia agropecuária é uma grande facilitadora para o avanço de doenças. Nierenberg lembra que a criação de animais se metamorfoseou em um projeto industrial - é a agroindústria resposável pelo confinamento de grandes números de animais. "Onde quer que a agricultura, avicultura e pecuária industria se instalem, criam desastres ecológicos e de saúde pública", disse Nierenberg.
Até o Brasil já sofre o efeito da gripe das aves e isso sem que o virus tenha se aproximado de nossas avícolas. Quem está sofrendo são os produtores da monocultura da soja. Cairam as exportações brasileiras de farelo de soja - principal componente da ração das aves. A demanda de farelo caiu, porque o consumidor está com medo de comer carne de frango.

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