segunda-feira, março 20, 2006

Grande Frase


"São 450 presos empilhados
onde só cabem 150.
Não é justo que os presos
paguem duas vezes pelo crime que cometeram"
Marcolino Aparecido da Costa,Ex-delegado de Polícia em Maringá, citado na Revista Tradição, publicada em Maringá, número 278, ano XXVI, p13, comentando sobre a situação da cadeia em Maringá. A mesma do cadeião de Foz do Iguaçu e de tantas outras cidades do Brasil. Minha opinião leva muito a sério a idéia de prisões como centro de "correção". O PCC mostra que nossa prática não funcionou. Parabéns ao delegado!

domingo, março 19, 2006

Quer Água? A máfia da água e o roubo corporativo

Hoje amanheci com vontade de brigar, no bom sentido. E por falta de opositor, decidi pegar a indústria da água. Sabe? Essa história de que a água está acabando, é mentira. Ou é parcialmente verdadeira. O que está acontecendo é que maioria das águas superficiais está sendo “emporcaiada”: dejetos, poluição, esgotos. Todos os rios, lagos e ambientes com água – incluindo praias, estão sendo transformados em fossa. E sabe mais? Estamos pagando para isso. Sabe dessa conversa de que a água é o petróleo do século XXI? Foi fabricada. O que está acontecendo hoje é a “comodificação” de tudo. Sobre o que significa “comodificar” Riccardo Petrella da Coalizão Mundial da Água, diz:

“A concepção atual de “commodification” (transformação de algo em mercadoria) é considerar que somente a troca dá valor a qualquer coisa. Se não há troca, não há valor. Assim, tudo – inclusive seres humanos e expressões imateriais de vida – podem ser uma mercadoria (commodity) para troca, para comércio, para o mercado”. O
Instituto Polaris, sediado no Canadá destaca, no artigo "Batalha contra o roubo corpoorativo das águas do mundo", que em maio de 2000 a revista Fortune afirmou "...que a água promete ser no século 21, o que o petróleo foi no século 20". E o que seria a água no século 21?

Diz a Fortune (seguindo o Polaris): 
“... uma commodity (mercadoria) preciosa que determina a riqueza das nações”. A profecia não é vã. A indústria valia então uns US$ 400 bilhões por ano. O Banco Mundial já trabalhava com números na casa dos US$ 800 bilhões para 2001. Já devemos estar na casa dos trilhões. Estamos falando de potencial de crescimento de 10% ao ano, visto que até 2000, somente 5% da população mundial era atendida pelas corporações internacionais. E como se lucra com a água? Ora, é fácil! Passando a administração da água para as corporações ou empresas de água por um processo que se chama “privatização”. E quem é quem no corrida para abocanhar as águas do mundo?

A resposta é simples e ao mesmo tempo complicada: toda a água doce do mundo está nas mãos de 10 empresas transnacionais. E quais são? A resposta vem em ordem de importância e porte de empresa, lucratividade e agressividade. 1) Vivendi (agora chamada Génèrale des Eaux dentro da França e Veolia para o Mundo) de nacionalidade francesa e 2) Suez – empresa conhecida até recentemente como Suez-Lyonaise des Eaux e que, pode crer foi responsável pela construção do Canal no Egito que é xará dela) – a partir daqui temos muitos consórcios, por exemplo 3) Bouygues-SAUR, 4) RWE - Thames Water (Águas do Tamis), 5) Bechtel-United Utilities, 6) Enron-Azurix, 7) Severn Trent, 8) Anglian Water, 9) Grupo Kelda e 10) American Water Works Company.

As duas primeiras controlam mais de 80% do mercado global da água. A Suez opera em 130 países e Vivendi (Veolia em mais de 90). O resto do mercado é batalhado. A terceira da lista, também francesa está em 80 países via a subsidiária de água SAUR. Os franceses dominam a água do mundo – o restante das empresas são inglesas, americanas e pelo menos uma a RWE é alemã que entrou no campo da água ao comprar a Thames Water da Inglaterra.

 
A primeira grande cidade da América do Sul a entregar suas águas para as gigantes francesas Suez e a Vivendi foi Buenos Aires por meio de uma subsidiária chamada "Águas Argentinas". Em 1997, A Sanepar foi a primeira empresa estadual entregue à Vivendi pelo então governador e "ecologista" Jaime Lerner. Requião, classifica o negócio de picaretagem. A Parte II já vem

Jackson Lima na MOP3 na capital do Paraná

Ninguém me chamou mas eu fui lá. Estive na MOP3 - ou 3a. Reunião dos Países Membros do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança. A reunião - na prática um evento enorme que começou no dia 13 e foi até o dia 17 deste mês, no ExpoTrade em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
A discussão foi sobre transgênicos. Não foi nem sobre se se é contra ou a favor os alimentos ou organismos geneticamente modificados. O grosso da discussão foi se você deve ou não saber se está ou não comendo, bebendo ou ingerindo organismos, comida, balas etc modificadas geneticamente.

Até 2012, não será obrigatória a identificação de grãos geneticamente modificados nas exportações e importações entre os países signatários do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança. Essa identificação será feita conforme a capacidade técnica de cada país.

"A decisão reflete um cenário em que esses espaços de decisão internacional são cada vez mais dominados pelo poder que as empresas transnacionais têm sobre os países", avaliou Maria Rita Reis, assessora jurídica da organização não-governamental Terra de Direitos, que participou do encontro.

Até quase o encerramento os países estavam acertando que as exportações de grãos deveriam ter uma identificação dizendo (tipo assim): "Este produto contèm transgênicos" . Estava quase passando. Mas Paraguai e México protestaram e sugeriram que a identificação deveria dizer "Este produto pode conter transgênicos". A frase foi apoiada pela Nova Zelândia e mais dois países um deles Palau, no Pacífico. 

Assim os produtos não serão identificados até 2012. E quando forem identificados você terá o direito da dúvida. Tem? Não tem? A redação final só será definida na MOP6 - quer dizer depois da MOP4 e da MOP5.

No dia 17, por volta do meio dia eu estava na área dedicada a ONGs, empresas e outros grupos de pressão contra ou a favor. Visitei vários stands colhendo material e conversando com as pessoas. Peguei no ar a conversação de três pessoas do grupo pró-transgênico. Diziam: "temos que ajudar manter a posição do Paraguai. Se a gente fizer isso, a vitória é nossa". O grupinho disse esperar que isso acontecesse até a MOP5.

A poucos metros desse stand internacional de multinacionais (que não era a Monsanto), estava o stand do Greenpeace. Na saída, já no espaço aberto dedicado a outras manifestações, estavam ocorrendo reuniões de agricultores, campesinos brasileiros, organizações como o MST e outras defendendo a existência da boa e original semente natural.

Desinformação midiática

Enquanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fazia pose de estadista e chamava a ética do PT de corrupta na capa da revista IstoÉ, uma pequena nota no pé da quinta e última página da seção “A Semana” passava facilmente despercebida até mesmo para os leitores mais atentos.
Embaixo de três notas necrológicas, o pequeno texto informava: “Condenados a 11 anos de prisão pela 12ª Vara Federal do Distrito Federal o ex-presidente do Banco do Brasil Paulo César Ximenes e seis ex-diretores dessa instituição.  
Eles foram acusados de gestão temerária devido a irregularidades em empréstimos feitos à construtora Encol entre 1994 e 1995. Na quarta-feira 1”.
Assim como IstoÉ, a grande imprensa não deu muita bola para o caso. Veja, por exemplo, considerou a condenação de toda uma diretoria do maior banco público do país nada importante e não dedicou uma linha a respeito do assunto. Os sete condenados formavam a diretoria colegiada do Banco do Brasil entre 1995 e 1998, com Ximenes no comando da instituição. Período que coincide com o primeiro mandato de FHC. 
Eles foram condenados em primeira instância por nove atos que caracterizam crimes de gestão temerária e de desvio de crédito ao emprestar dinheiro para a construtora Encol, que faliu em seguida e prejudicou milhares de mutuários.
Os acusados foram considerados responsáveis, entre outros crimes, por aceitar certificados de dívida emitidos ilegalmente pela construtora e por prorrogar sistematicamente operações vencidas e não pagas.

sexta-feira, março 10, 2006

Congresso

Pauta
“Desafios para uma sociedade sustentável” é tema em discussão no Quarto Congressso sobre Investimento Social Privado, em Curitiba (PR) entre 24 e 27 de maio. No mesmo período, será realizada a 5ª Mostra de Ação Voluntária - Cidadania e Responsabilidade Social, promovida pelo Centro de Ação Voluntária de Curitiba (CAV), parceiro do Gife na realização do congresso. A programação completa e as fichas de inscrição estão disponíveis em www.gife.org.br.

quinta-feira, março 09, 2006

Furando bloqueio

O blog veio bagunçar o jornalismo. Graças a ele todo mundo tem um jornal. Há uns dez anos, um patrão do ramo de jornal me disse, "se você quiser ter opinião, monte um jornal". Hoje, o blog permite fazer isso gratuitamente. Claro que não temos uma super audiência. Não são milhares de leitores. Nem precisa ser profissional. Exemplo: acabei de descobrir como se faz uma enquete. Me registrei no site, copiei, colei e lá está a minha enquete on line sobre a licitação do Hotel das Cataratas - Patrimônio da União logo Nosso Patrimônio. 
A pergunta não foi você é contra ou a favor. A pergunta parte da idéia de que todo mundo concorda com a licitação. O que quero saber é: a licitação deve ocorrer em ano eleitoral? No próximo governo? E, também: devem participar só firmas nacionais ou se abre para internacionais também. Até a hora que "postei" esta nota, já pude ver o seguinte: participaram durante o dia 22 pessoas. Mas vejam o que disseram: das 22, três (14%) disseram que a licitação pode ocorrer em ano eleitoral; nove (41%) pessoas responderam que só no próximo governo. Seis (27%) pessoas acham que a licitação deve ser só nacional enquanto que quatro (18%) abrem para firmas estrangeiras.
 
É isso aí, democracia graças à internet e em breve, quando o Brasil produzir os milhões de laptops para que as crianças os levem às escolas junto com suas lancheiras, o poder dos poucos vai sedo questionado, retomado, o poder pessoal devolvido. E assim, embora sem emprego, estou empregado na luta pela liberdade de expressão. E graças ao poder de furar bloqueio dos blogs, minha opinião chegou aos jornais impressos - o Jornal do Iguaçu e A Gazeta do Iguaçu.

quarta-feira, março 08, 2006

Dia da Mulher


Colegas mulheres, que posso dizer neste dia?
Quando olho para trás, na história e vejo o roubo sistemático masculino?
Vocês, provavelmente descobriram o cultivo de plantas e o entendimento das sementes, a domesticação de animais, a escrita,
Nós tomamos isso de vocês - assim que deu estato,
Em seguida juntamos tudo e criamos a agricultura,
o comércio, a guerra, a prostituição, exércitos, armas,
agricultura transgênica, sementes suicidas, bombas,
Tenho vergonha mulheres,
Não posso deixar de ser homem,
Não vou ser travestido
Só anseio pelo verdadeiro ser homem
Em paz com o verdadeiro ser mulher que, quando juntos, significam ser humano
Homenageio a todas vocês com este cartaz-apelo da ONU
Que não nos separemos por gênero e que sejamos IGUAIS, pois em hebracico homem se diz ISH,
e Mulher se diz ISHÁ, só muda uma letra, como
Cozinheiro - cozinheira,
É complicado?
Dia da Mulher - Día de la Mujer - Women's Day

LapTop de US$ 100


O Media Lab - ou Laboratório de Midia do MIT (Massachussets Institute of Technology) dirigido por Nicholas Negroponte yem um projeto que é verdadeira menina do olho. É o Projeto que prevê a perodução de computadores LapTops que serão vendidos por US$ 100. Os laptops baixa renda serão destinados às crianças. Publçico aqui as fotos do laptop de Negroponte. As fotografias foram tiradas por Martin Varsavski, industrial argentino que cresceu no mundo e tem um blog e lá ele colocou as fotos mostradas aqui. (Ele já tem cacife para se sentar com Negroponte). A Argentina, aconselhada por Varsavski pode comprar um milhão de laptops da campanha "Um LapTop para Cada Criança". Assim, em breve, as crianças estarã indo para a escola levando uma lancheira em uma mão e um laptop na outra. O Brasiol também vai comprar ou adotar a tecnologia de Negroponte-MIT. O programa chamado "Um Laptop para Cada Criança" vai beneficiar primeiramente estudantes brasileiros, chineses, egípcios, tailandeses e sul-africanos. A meta é produzir 15 milhões de computadores em um ano. Minhas informações vieram do blog www.interney.net.

quarta-feira, março 01, 2006

Sementes Suicidas da Monsanto

A gigante da biotecnologia Monsanto quebrou promessa feita em 1999 e anunciou que vai desenvolver a tecnologia Terminator para culturas não alimentícias como o algodão, tabaco, culturas farmacêuticas e grama. Há sete anos a multinacional havia declarado publicamente que não iria comercializar essa tecnologia, que produz plantas geneticamente modificadas para produzirem sementes estéreis.
As sementes Terminator fazem parte das chamadas tecnologias genéticas de restrição de uso, que são uma forma de garantir a cobrança dos royalties e impedir a reprodução de sementes patenteadas, forçando os agricultores a comprar sementes todos os anos. No mundo, esse tipo de tecnologia está proibido por uma moratória, determinada pela Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas (CDB). 
Este mês deverá haver uma intensificação dos esforços das indústrias de biotecnologia para derrubar essa moratória durante a oitava Conferência das Partes da CDB, em Curitiba. A reunião poderá definir a postura da Organização das Nações Unidas sobre o futuro das tecnologias genéticas de restrição de uso.

No Brasil, a Lei de Biossegurança de março de 2005 proíbe esse tipo de tecnologia, mas há um projeto de lei de dezembro do mesmo ano, de autoria da deputada Kátia Abreu (PFL-TO), em tramitação no Congresso, que propõe a liberação e a comercialização desse tipo de semente no Brasil. A mudança de postura da empresa Monsanto indica um acirramento do confronto com os movimentos de agricultura familiar, ambientalistas e populações indígenas.
A entidade ambientalista Greenpeace faz parte de uma aliança global com mais de 300 organizações que exigem a manutenção da moratória. As sementes estéreis ameaçam a biodiversidade e podem destruir o modo de vida e cultura de 1,4 bilhões de pessoas ao redor do mundo que dependem da produção própria de sementes.A semente adaptada pelo próprio agricultor para sua realidade e produzida por ele é conhecida no Brasil como “semente criola”.

A contaminação genética dessas sementes pode ter um impacto muito grave na agricultura familiar, que responde no Brasil por mais de 70% do emprego na área rural.“Os agricultores do mundo e as populações indígenas não podem confiar na Monsanto”, afirmou Alejandro Argumedo da Associación ANDES, do Peru.

“A empresa quebrou sua promessa e traiu mortalmente as populações indígenas que dependem de sua própria semente para sua soberania e independência alimentar”, completou. “As corporações de biotecnologia têm uma visão clara e simples de mundo: nada pode ser cultivado sem a licença da Monsanto ou outras empresas que patentearam tecnologias de restrição de uso” explicou Benny Haerlin, do Greenpeace Internacional.

“Se os governos mundiais presentearem a Monsanto com a eliminação da moratória na reunião da CDB, nós vamos pagar a conta no futuro, quando os efeitos colaterais danificarem a integridade e a fertilidade da natureza.” completou. A Campanha pela Proibição do Terminator anunciou no dia 21 de março o nome de mais de 300 organizações que estão contra a suspensão da moratória às tecnologias genéticas de restrição de uso.

Enquanto isso, no Brasil, a Monsanto está em disputa com os produtores rurais do Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul por causa da forma como quer cobrar os royalties pelas suas sementes. A Monsanto determinou a metodologia de cobrança de royalties e o seu valor sem consultar os produtores, além de ter definido regras quando a safra já estava plantada.

“Da forma estipulada pela Monsanto, os produtores que armazenam sementes serão prejudicados, pois terão que arcar com os custos da segregação de sementes transgênicas das convencionais”, afirma Luis Alberto Moraes Novaes, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Maracaju (MS). Ele critica também o aumento do valor dos royalties, que passou de 1% para 2% neste ano. “Vamos buscar o caminho do diálogo, mas, se esse não for possível, entraremos na Justiça contra a Monsanto”, afirma Luis Alberto.
Fonte: Greenpeace / Brasil