domingo, março 19, 2006

Jackson Lima na MOP3 na capital do Paraná

Ninguém me chamou mas eu fui lá. Estive na MOP3 - ou 3a. Reunião dos Países Membros do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança. A reunião - na prática um evento enorme que começou no dia 13 e foi até o dia 17 deste mês, no ExpoTrade em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
A discussão foi sobre transgênicos. Não foi nem sobre se se é contra ou a favor os alimentos ou organismos geneticamente modificados. O grosso da discussão foi se você deve ou não saber se está ou não comendo, bebendo ou ingerindo organismos, comida, balas etc modificadas geneticamente.

Até 2012, não será obrigatória a identificação de grãos geneticamente modificados nas exportações e importações entre os países signatários do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança. Essa identificação será feita conforme a capacidade técnica de cada país.

"A decisão reflete um cenário em que esses espaços de decisão internacional são cada vez mais dominados pelo poder que as empresas transnacionais têm sobre os países", avaliou Maria Rita Reis, assessora jurídica da organização não-governamental Terra de Direitos, que participou do encontro.

Até quase o encerramento os países estavam acertando que as exportações de grãos deveriam ter uma identificação dizendo (tipo assim): "Este produto contèm transgênicos" . Estava quase passando. Mas Paraguai e México protestaram e sugeriram que a identificação deveria dizer "Este produto pode conter transgênicos". A frase foi apoiada pela Nova Zelândia e mais dois países um deles Palau, no Pacífico. 

Assim os produtos não serão identificados até 2012. E quando forem identificados você terá o direito da dúvida. Tem? Não tem? A redação final só será definida na MOP6 - quer dizer depois da MOP4 e da MOP5.

No dia 17, por volta do meio dia eu estava na área dedicada a ONGs, empresas e outros grupos de pressão contra ou a favor. Visitei vários stands colhendo material e conversando com as pessoas. Peguei no ar a conversação de três pessoas do grupo pró-transgênico. Diziam: "temos que ajudar manter a posição do Paraguai. Se a gente fizer isso, a vitória é nossa". O grupinho disse esperar que isso acontecesse até a MOP5.

A poucos metros desse stand internacional de multinacionais (que não era a Monsanto), estava o stand do Greenpeace. Na saída, já no espaço aberto dedicado a outras manifestações, estavam ocorrendo reuniões de agricultores, campesinos brasileiros, organizações como o MST e outras defendendo a existência da boa e original semente natural.

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