domingo, março 19, 2006

Quer Água? A máfia da água e o roubo corporativo

Hoje amanheci com vontade de brigar, no bom sentido. E por falta de opositor, decidi pegar a indústria da água. Sabe? Essa história de que a água está acabando, é mentira. Ou é parcialmente verdadeira. O que está acontecendo é que maioria das águas superficiais está sendo “emporcaiada”: dejetos, poluição, esgotos. Todos os rios, lagos e ambientes com água – incluindo praias, estão sendo transformados em fossa. E sabe mais? Estamos pagando para isso. Sabe dessa conversa de que a água é o petróleo do século XXI? Foi fabricada. O que está acontecendo hoje é a “comodificação” de tudo. Sobre o que significa “comodificar” Riccardo Petrella da Coalizão Mundial da Água, diz:

“A concepção atual de “commodification” (transformação de algo em mercadoria) é considerar que somente a troca dá valor a qualquer coisa. Se não há troca, não há valor. Assim, tudo – inclusive seres humanos e expressões imateriais de vida – podem ser uma mercadoria (commodity) para troca, para comércio, para o mercado”. O
Instituto Polaris, sediado no Canadá destaca, no artigo "Batalha contra o roubo corpoorativo das águas do mundo", que em maio de 2000 a revista Fortune afirmou "...que a água promete ser no século 21, o que o petróleo foi no século 20". E o que seria a água no século 21?

Diz a Fortune (seguindo o Polaris): 
“... uma commodity (mercadoria) preciosa que determina a riqueza das nações”. A profecia não é vã. A indústria valia então uns US$ 400 bilhões por ano. O Banco Mundial já trabalhava com números na casa dos US$ 800 bilhões para 2001. Já devemos estar na casa dos trilhões. Estamos falando de potencial de crescimento de 10% ao ano, visto que até 2000, somente 5% da população mundial era atendida pelas corporações internacionais. E como se lucra com a água? Ora, é fácil! Passando a administração da água para as corporações ou empresas de água por um processo que se chama “privatização”. E quem é quem no corrida para abocanhar as águas do mundo?

A resposta é simples e ao mesmo tempo complicada: toda a água doce do mundo está nas mãos de 10 empresas transnacionais. E quais são? A resposta vem em ordem de importância e porte de empresa, lucratividade e agressividade. 1) Vivendi (agora chamada Génèrale des Eaux dentro da França e Veolia para o Mundo) de nacionalidade francesa e 2) Suez – empresa conhecida até recentemente como Suez-Lyonaise des Eaux e que, pode crer foi responsável pela construção do Canal no Egito que é xará dela) – a partir daqui temos muitos consórcios, por exemplo 3) Bouygues-SAUR, 4) RWE - Thames Water (Águas do Tamis), 5) Bechtel-United Utilities, 6) Enron-Azurix, 7) Severn Trent, 8) Anglian Water, 9) Grupo Kelda e 10) American Water Works Company.

As duas primeiras controlam mais de 80% do mercado global da água. A Suez opera em 130 países e Vivendi (Veolia em mais de 90). O resto do mercado é batalhado. A terceira da lista, também francesa está em 80 países via a subsidiária de água SAUR. Os franceses dominam a água do mundo – o restante das empresas são inglesas, americanas e pelo menos uma a RWE é alemã que entrou no campo da água ao comprar a Thames Water da Inglaterra.

 
A primeira grande cidade da América do Sul a entregar suas águas para as gigantes francesas Suez e a Vivendi foi Buenos Aires por meio de uma subsidiária chamada "Águas Argentinas". Em 1997, A Sanepar foi a primeira empresa estadual entregue à Vivendi pelo então governador e "ecologista" Jaime Lerner. Requião, classifica o negócio de picaretagem. A Parte II já vem

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