sábado, outubro 07, 2006

Vereadores de Foz pensam em criar um "Seguro Laranja"

O vereador de Foz do Iguaçu, Tadeu Madeira (PSB), apresentou um requerimento que levanta a possibilidade da criação, em caráter excepcional, de uma espécie de seguro desemprego para os laranjas - pessoas de Foz do Iguaçu utilizadas pelos sacoleiros para "passar" mercadoria do Paraguai para o Brasil.

O vereador se diz extremamente preocupado com a situação de milhares de famílias que tinham na atividade a única fonte de subsistência desde o fim das obras da hidrelétrica de Itaipu. No entanto, essas pessoas estão perdendo fonte de renda diante do aumento da repressão ao contrabando que será ampliada a partir da inauguração da nova aduana na Ponte da Amizade. “É preciso encontrar saídas, urgentes, e dentro da legalidade, para essa parcela da população iguaçuense que está em desespero”, observou.

O presidente da Câmara, Carlos Juliano Budel (PTB), frisou que a iniciativa da Câmara não visa fazer uma apologia ao contrabando e descaminho, mas sim buscar alternativas para essa massa de pessoas que durante anos dedicou-se à atividade, inclusive com a conivência, no passado, do governo brasileiro.
“Há mais de um ano que estamos alertando para essa crise social. Além dessa medida paliativa, será necessário promover ações para desenvolvimento e garantir atividade para essa população”, ressaltou.

O vereador Geraldo Martins (PT) observou que ao longo de vários anos, Foz do Iguaçu perdeu a oportunidade de gerar milhares de empregos, através do uso de royalties em investimentos que garantissem a geração de empregos. Para ele, a concessão de seguro desemprego não soluciona a situação dessas pessoas, mas sim a busca por mais investimentos. “Entrega de cesta básica não resolve o problema. Precisamos mostrar o impacto social (da repressão ao contrabando) em Foz do Iguaçu”, acrescentou. Valentin da Silva (PRP) afirmou que as autoridades de todas as esferas têm responsabilidade por essa problemática social que está sendo gerada em Foz do Iguaçu e que devem criar alternativas.

A vereadora Nanci Rafain Andreola (PDT) afirmou que vai realizar uma audiência pública com o representante da Secretaria Executiva do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome justamente para debater os problemas afetos à área social na região de fronteira. Essa audiência já foi aprovada em plenário no mês de abril, mas acabou sendo desmarcada pela impossibilidade da titular da pasta, Márcia Helena Carvalho Lopes, vir à fronteira. “Queremos realizar essa audiência no início do próximo ano, passado o processo eleitoral e a posse dos eleitos”, justificou.

Para o vereador Beni Rodrigues (sem partido), é preciso que a cidade forme comitivas para buscar captar nos centros industriais e produtores as necessárias indústrias para Foz. Neuso Rafain, vereador pelo PMDB, lembrou que o momento para essa discussão é oportuno visto que estão ocorrendo confrontos entre sacoleiros e funcionários da Receita. “Estamos à beira de um problema social seríssimo”, finalizou o vereador.

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